Glass in building — Design, implementation and applications

A ABNT NBR 7199 fornece diretrizes para a escolha adequada de vidros de acordo com diferentes critérios, como carga de vento, dimensionamento, e outros aspectos importantes para garantir que os vidros desempenhem suas funções corretamente e atendam às normas de segurança necessárias.

Além disso, a norma contribui para a uniformidade na indústria da construção, permitindo que arquitetos, engenheiros e profissionais do setor tenham critérios consistentes ao especificar e utilizar vidros em seus projetos. Isso não apenas assegura a segurança das estruturas, mas também facilita a compreensão e a aplicação das normas por parte dos profissionais envolvidos.

Com base nessas informações, podemos destacar alguns pontos de interseção entre a mola de piso Marix e a norma ABNT NBR 7199, que trata de vidros na construção civil:

  1. Integração em Ambientes: Assim como a mola de piso Marix é projetada para integrar-se perfeitamente ao design do ambiente, a norma ABNT NBR 7199 também contribui para a integração harmoniosa de elementos na construção civil, estabelecendo critérios para a escolha e instalação de vidros que afetam diretamente a estética e o design dos espaços.
  2. Durabilidade e Resistência: A ênfase na durabilidade da mola de piso Marix, projetada para resistir à corrosão, pode estar alinhada com os requisitos de durabilidade e resistência estabelecidos pela ABNT NBR 7199 para vidros na construção civil. Ambos os elementos visam suportar o uso constante e, no caso da norma, garantir a resistência dos vidros em diferentes condições.
  3. Manutenção e Vida Útil: A proteção dos componentes internos da mola Marix, prolongando sua vida útil, pode ser comparada à busca pela longevidade e manutenção eficiente estabelecida pela norma para os vidros. Ambas visam garantir a funcionalidade e a segurança ao longo do tempo.
  4. Padrões de Qualidade: A norma ABNT NBR 7199 estabelece padrões de qualidade para vidros na construção civil. A escolha de componentes como a mola Marix, que atende a critérios rigorosos de durabilidade e resistência, pode contribuir para atender a esses padrões.

Em resumo, a ABNT NBR 7199 desempenha um papel crucial na garantia da qualidade e segurança dos vidros utilizados na construção civil, promovendo padrões que beneficiam tanto os profissionais quanto o público em geral. Recomenda-se sempre verificar as versões mais recentes das normas para garantir a conformidade com as últimas atualizações e requisitos.

3 Termos e definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se os termos e definições da ABNT NBR NM 293, e os seguintes:

3.1

instalação estrutural

sistema composto por vidros fixados em estrutura portante ou usados como própria estrutura portante, cujos elementos trabalham conjuntamente de forma a compensar os esforços mecânicos (pressão do vento, peso próprio, movimentos diferenciais, carga d’água etc.)

3.2

painel colado (structural glazing)

sistema composto por vidros colados em seu perímetro em estrutura portante usando adesivos ou fitas estruturais

3.3

peça de vidro

lâmina de vidro plano cortada em medidas e formatos adequados ao uso a que se destina

3.4

vidro de segurança

vidro plano cujo processamento de fabricação reduz o risco de ferimentos em caso de quebra

3.5

vidro termo absorvente

vidros que possuem elevada absorção de energia solar com relação ao vidro Àoat de massa incolor ou colorido

4 Requisitos

4.1 Classificação

4.1.1 Tipos de vidro:

a) vidro Àoat (vidro Àotado);

b) vidro impresso (vidro comum, vidro aramado);

c) vidro temperado;

d) vidro laminado;

e) vidro laminado temperado;

f) espelho;

g) vidro insulado;

h) vidro de controle solar;

i) vidro serigrafado;

j) vidro gravado (jateado, acidado);

k) vidro esmaltado

NOTA Os vidros podem combinar duas ou mais características dos tipos citados anteriormente, como, por exemplo: vidro temperado serigrafado, espelho de prata laminado etc.

4.1.2 Quanto à transparência:

a) vidro transparente;

b) vidro translúcido;

c) vidro opaco.

4.1.3 Quanto à planicidade:

a) plano;

b) curvo.

4.1.4 Quanto à coloração:

a) vidro incolor;

b) vidro colorido.

4.1.5 Quanto à colocação:

a) instalação em esquadrias;

b) instalação autoportante;

c) instalação mista;

d) instalação estrutural;

e) painel colado (estrutural);

f) revestimento.

4.2 Projeto

4.2.1 Os requisitos mínimos para especificação e aplicação de vidros devem ser:

a) tipologia e funcionamento do envidraçamento;

b) dimensões, inclusive das subdivisões;

c) sua inclinação em relação à vertical;

d) posicionamento em relação ao piso e em relação ao solo;

e) localização na obra, indicando detalhes da construção que possam incluir no envidraçamento;

f) esforços solicitantes considerados (cargas de vento, peso próprio e cargas acidentais);

g) material utilizado na fixação;

h) vidro a ser usado:

— quanto ao tipo do vidro;

— quanto à transparência;

— quanto à planicidade;

— quanto à coloração;

— desempenho térmico;

— desempenho acústico;

— quanto ao acabamento da superfície;

— quanto ao acabamento de borda;

— dimensionamento da espessura.

4.2.2 Para instalação autoportante, o projeto deve incluir no mínimo o desenho da instalação completa

(elevação com indicação de vista) por vão, contendo:

a) todas as subdivisões:

— portas de abrir, de correr, pivotantes, sanfonadas, com os respectivos sentidos de aberturas;

— bandeiras e laterais (fixos, basculantes, pivotantes);

b) localização das peças de fixação e suas respectivas discriminações; c) dimensões totais do vão acabado, considerando nível e prumo, bem como de todas as subdivisões, conforme Figura 1;

d) detalhes quanto à laboração, excetuando os das peças de fixação, conforme Figura 2. Para o vidro temperado, só se admitem os acabamentos de borda filetado, lapidado e bisotê, com ângulo superior ou igual a 30º;

NOTA As medidas das cotas citadas variam de acordo com cada projeto.  As cotas “a” e “g” da porta somente são necessárias em casos de fixação fora da posição convencional.

Figura 2 – Detalhes de laboração

e) detalhes sobre a aplicação de contraventos, ver exemplos na Figura 3. A aplicação de contraventos é necessária para assegurar a resistência, a rigidez e a estabilidade da instalação;

f) tipo de acabamento dos elementos que compõem o vão;

g) elementos que compõem o vão onde podem ser aplicadas as peças de fixação (forro falso, posição de passagem de canos e dutos, e outros);

h) especificação:

— quanto à espessura;

— quanto ao tipo;

— quanto à transparência;

— quanto à laboração;

— quanto à coloração;

i) localização da instalação na obra indicando detalhes da construção que possam incluir no envidraçamento;

j) detalhes de colocação de materiais de apoio (calço), fixação e vedação contendo as especificações do material e dimensões a serem usadas;

k) detalhes construtivos que permitam a limpeza periódica e a eventual troca da peça de vidro, com segurança de trabalho.

4.3 Identificação, manipulação e armazenamento

4.3.1 Cada peça de vidro deve ser identificada por meio de etiqueta de fácil remoção, que deve conter o tipo do vidro, a espessura, a cor e a dimensão. Para vidros revestidos ou que necessitem de identificação da face a ser instalada, a etiqueta deve ser colocada do lado externo da aplicação.

4.3.2 As peças de vidro devem ser manuseadas de forma que não entrem em contato com materiais que possam provocar danos físicos em suas superfícies ou bordas.

4.3.3 As peças de vidro, quando transportadas ou armazenadas, devem ser separadas por

intercalários que protejam suas superfícies.

4.3.4 Cada unidade de acondicionamento deve identificar o tipo de vidro e suas dimensões, bem como conter símbolos convencionais de manuseio, proteção contra umidade e choques mecânicos.

4.3.5 As peças de vidro devem ser transportadas ou armazenadas em pilhas apoiadas em material que não danifique as bordas (por exemplo, borracha, madeira, feltro), com inclinação de 4º a 6º em relação à vertical (ver Figura 4). O limite da espessura da pilha apoiada é dado na Tabela 1. Quando as peças tiverem tamanhos diferentes, as suas superfícies e bordas devem ser protegidas de forma que se evitem pontos de pressão entre uma peça e outra. Condições diferentes das demonstradas na Tabela 1 e Figura 4 devem ser acordadas entre o fornecedor das peças de vidro e o responsável pela obra.

Tabela 1 – Recomendação de armazenamento das peças de vidro plano por pilha

Figura 4 – Recomendação de armazenamento

4.3.6 As pilhas devem ser cobertas de forma não estanque, a ¿m de permitir ventilação.

4.3.7 O local de armazenamento deve estar previamente reservado, preparado e limpo. Deve manter-se ventilado, seco, isolado de produtos químicos e livre de poeira ou material particulado por todo o período de permanência do vidro.

4.3.8 Devem ser estudadas adequadamente as movimentações horizontais e verticais do vidro na obra, bem como sua montagem, em comum acordo entre fornecedor e consumidor. 4.3.9 Visando a uma melhor preservação das peças de vidro a serem armazenadas na obra, o prazo máximo e as condições de armazenamento devem ser estabelecidos de comum acordo entre fornecedor e consumidor, devendo no mínimo atender ao descrito em 4.3.1 a 4.3.7.

4.3.10 Os sistemas apresentados devem ser construídos com robustez mecânica para acomodar a carga de vidro e devem apresentar estabilidade mecânica quando carregados (não podem tombar).

4.3.11 A base do sistema de cavalete (como exemplificado na Figura 4) pode ser inclinada ou paralela ao plano. Para transporte e armazenamento de vidros insulados, vidros laminados, vidros com espessura maior que 10 mm ou com mais de 100 kg, a base do sistema deve ser inclinada em relação à horizontal formando um ângulo de 90° com a superfície de apoio ao longo da altura da peça.

4.3.12 O armazenamento e a retirada dos vidros em cavaletes de dois lados (tipo “A”) devem acontecer de forma alternada entre os lados, a ¿m de reduzir os riscos de acidentes.

4.4 Propriedades físicas

As propriedades físicas são as seguintes:

Na Tabela 2, a maior parte das aplicações está contida nas colunas de 3 s (rajadas de vento) e acima de um ano.

As tensões intermediárias devem ser consideradas, normalmente quando o projeto possui necessidades especiais de cálculo, ou quando existe a necessidade de redundância, que deve ser avaliada pelo projetista. A redundância deve ser utilizada em aplicações, como por exemplo, pisos de vidro, aquários, visores de piscina, onde deve ser prevista, por segurança, a necessidade de um tempo para a evacuação do local ou isolamento de áreas.

NOTA As variações dos valores anteriormente apresentados originam-se do fato de que as propriedades físicas de um vidro são a média ponderada das propriedades físicas de seus óxidos constituintes.

4.5 Esforços solicitantes

No cálculo da espessura de uma peça de vidro, para os ¿ns desta Norma, considerar os esforços de 4.5.1 e 4.5.2.

4.5.1 Pressão do vento (PV)

A pressão de vento deve ser calculada de acordo com a ABNT NBR 6123, levando-se em consideração a região do país, altura e geometria da edificação, topografia e rugosidade do terreno e fator estatístico.

4.5.2 Peso próprio por unidade de área (Pp)

Para o cálculo de Pp, utiliza-se a seguinte fórmula:

Pp = 25 × ep

onde

Pp é a pressão da carga resultante do peso próprio por unidade de área, expressa em pascals (Pa);

25 é o resultado da multiplicação m × g, onde m é a massa específica do vidro (2,5 kg/m2 para cada milímetro de espessura) e g é a aceleração da gravidade;

ep é a soma das espessuras nominais da composição preestabelecida (hipótese) do vidro para o cálculo do peso próprio, expressa em milímetros (mm).

Caso não haja uma hipótese de espessura preestabelecida para o cálculo de Pp, calcular e1 utilizando a fórmula de pressão de cálculo para vidros na vertical, e depois utilizar aqui a espessura nominal maior ou igual a e1. Com a definição do peso próprio, prosseguir com o cálculo da pressão de cálculo

P para vidros inclinados, conforme 4.6.2, recalcular e1 e fazer as verificações de resistência e de flecha.

4.6 Pressão de cálculo (P)

4.6.1 Vidros verticais

4.6.1.1 Vidros instalados em áreas externas

A pressão de cálculo P a ser aplicada é: P = Pv × 1,5

onde

P é a pressão de cálculo, expressa em pascals (Pa);

Pv é a pressão de vento, expressa em pascals (Pa);

1,5 é o coeficiente de segurança.

4.6.1.2 Vidros instalados em áreas internas

A pressão de cálculo P a ser aplicada deve ser de 600 Pa. Para projetos que se identifique a possibilidade da pressão de cálculo ser maior do que 600 Pa, a pressão deve ser calculada conforme ABNT NBR 6123, pois o tratamento dos fechamentos externos podem variar e refletir em alterações nas pressões internas da edificação.

4.6.2 Vidros inclinados Um vidro é considerado inclinado, no que diz respeito à sua aplicação, quando o ângulo de qualquer α para dentro ou para fora, for superior a 15º

4.6.2.1 Vidros instalados em áreas externas

Para aplicação com vidros inclinados em áreas externas, deve ser considerada a maior pressão de cálculo dentre os seguintes casos:

P1 = Pv × 1,5

P2 = 1,2 (Pv + αPpcos θ)

onde

P(1,2,3,4) é a pressão de cálculo, expressa em pascals (Pa);

Pv é a pressão devida ao vento, conforme 4.5.1, expressa em pascals (Pa);

Pp é o peso próprio, por unidade de área, conforme 4.5.2, expresso em pascals (Pa);

θ é o menor ângulo que a peça de vidro pode formar com a horizontal;

α = 1 para vidro temperado; α = 2 para os demais tipos de vidro. NOTA O coeficiente α é utilizado para levar em conta que o peso próprio do vidro é uma carga permanente.

4.6.2.2 Vidros instalados em áreas internas

Para aplicação com vidros inclinados em áreas internas, deve ser considerada a maior pressão de cálculo dentre os seguintes casos:

P3 = Pp × 4,7

P4 = Pv + Pp (com Pv = 600 Pa, conforme 4.5.2).

4.7 Método de cálculo

4.7.1 Procedimento de cálculo

Para o cálculo de espessura, devem-se efetuar os seguintes procedimentos:

a) determinar inicialmente Pv, pressão de vento, de acordo com 4.5.1;

b) calcular a pressão de cálculo, P, conforme 4.6;

c) calcular a espessura e1 utilizando as fórmulas de 4.7.3, para a peça de vidro float, na condição desejada, diante das dimensões e tipo de apoio da peça;

NOTA A espessura e1 é apenas um referencial para a escolha da espessura nominal (conforme ABNT NBR NM 294) da composição.

d) aplicar o fator de redução c à espessura e1, conforme 4.7.4;

e) após calcular a espessura e1 e aplicar o fator de redução c, efetuar a verificação da resistência eR e da Flecha f referentes à composição de vidro preestabelecida (hipótese) para a aplicação;

f) verificar a resistência:

— identificar os fatores de equivalência ε do tipo de vidro e sua composição, conforme 4.7.5;

— calcular a espessura equivalente eR para a verificação da resistência, conforme 4.7.6;

— verificar se a espessura obtida no cálculo atende àl seguinte fórmula:

eR ≥ e1 x c

— caso a verificação de resistência eR seja atendida, a espessura da composição está em conformidade com este requisito;

— caso a verificação de resistência eR não seja atendida, deve-se reavaliar a composição, por exemplo aumentando a espessura da composição, e refazer a verificação da resistência eR até que esteja em conformidade com este requisito.

NOTA O Anexo B apresenta exemplos de cálculo de eR para verificação da resistência.

g) verificar a Flecha:

— calcular a espessura equivalente eF para Flecha, conforme 4.7.7.5, considerando o tipo de vidro e sua composição;

NOTA O Anexo C apresenta exemplos de cálculo da espessura equivalente eF.

— identificar o valor do coeficiente de deformação α, conforme 4.7.7.4;

— calcular a Flecha f, conforme 4.7.7.2 e verificar se os valores encontrados atendem aos critérios admissíveis descritos no 4.7.7.3;

— caso a Flecha esteja maior que os limites admissíveis, devem-se reavaliar a composição, por exemplo, aumentando a espessura da composição, e efetuar nova verificação da Flecha até que este requisito seja aprovado;

h) a espessura da composição é aprovada quando atender aos requisitos de resistência e flecha admissível.

NOTA 1 O Anexo D apresenta exemplos de cálculos de algumas composições de vidro, conforme a seqüência do procedimento.

NOTA 2 Os cálculos de espessura apresentados nesta Norma não se aplicam ao sistema de envidraçamento definido como instalação estrutural.

4.7.2 Espessura mínima para vidro float ou impresso

Peças de vidro float ou impresso, a serem utilizadas em esquadrias, para formar um conjunto, devem atender aos requisitos especificados na ABNT NBR 10821-2, para as pressões de vento aplicadas conforme altura da edificação e a região do país, e desta forma podem apresentar espessuras menores do que os valores obtidos no cálculo, conforme 4.7.1.

A espessura nominal mínima de vidro float ou impresso é de 3 mm, mesmo que os resultados da aplicação da fórmula e os resultados dos ensaios em esquadrias indiquem espessuras menores.

4.7.3 Cálculo da espessura e1

4.7.3.1 Geral

A espessura e1 é determinada utilizando as fórmulas especificadas em 4.7.3.2 a 4.7.3.4 de acordo com a forma de apoio.

4.7.3.2 Vidro apoiado em quatro lados

c) Vidro não retangular apoiado em todos os lados:

— a espessura e1 de um vidro não retangular pode ser calculada inscrevendo-se a peça dentro

de um retângulo conforme Anexo A, e aplicando a fórmula de a) ou b) desta subseção, utilizando as medidas fictícias obtidas no retângulo.

NOTA Os coeficientes de redução não se aplicam aos vidros utilizados em coberturas.

4.7.5 Fatores de equivalência (ε)

Os fatores de equivalência são considerados conforme a composição do vidro e seus componentes, de acordo com as Tabelas 3, 4 e 5:

Para efeito de cálculo de espessura, o espelho tem resistência mecânica igual ao vidro float.

O espelho deve estar conforme a ABNT NBR 14696 e sua instalação deve ser realizada conforme ABNT NBR 15198.

4.7.6 Verificação da resistência

4.7.6.1 Geral

A espessura equivalente para a verificação da resistência é o eR, expressa em milímetros (mm).

A resistência do vidro depende da sua espessura e da sua natureza (Float, temperado, impresso etc.). No caso de uma combinação de componentes de diferente natureza, apenas o valor máximo do coeficiente ε3, MÁX (3ε), é tomado em consideração.

Deve-se garantir que: eR ≥ e1 × c

4.8 Disposições construtivas

4.8.1 Esquadrias

As esquadrias devem obedecer às disposições gerais contidas na ABNT NBR 10821.

4.8.2 Envidraçamentos

4.8.2.1 Disposições gerais

O envidraçamento deve obedecer às seguintes disposições gerais, mais o exposto na Tabela 8:

a) as peças de vidro devem ser colocadas de tal forma que não sofram esforços oriundos de dilatação, contração, torção, vibração ou deformação do sistema (esquadria, estrutura);

b) não é permitido o contato das bordas das peças de vidro entre si, com alvenaria, peças metálicas ou qualquer material de dureza superior ao vidro;

c) a fixação das peças de vidro deve ser tal que impeça o seu deslocamento em relação aos elementos de fixação, excetuados os casos em que o projeto prevê movimentações;

d) toda instalação composta por vidro, cuja presença não seja perfeitamente discernível, deve ser sinalizada adequadamente, a fim de se evitar a ocorrência de acidentes;

e) quando houver peças de vidro com bordas expostas, estas devem ser laboradas;

NOTA: No caso do vidro laminado, consultar a ABNT NBR 14697.

f) as bordas das peças de vidro, em qualquer caso, não podem apresentar defeitos que venham a prejudicar a utilização ou a resistência do vidro após a colocação;

g) o envidraçamento em vidro float ou impresso deve ter todo o seu perímetro fixado em rebaixo.

As aplicações para o vidro float ou impresso devem ser sempre na vertical, excetuando-se aquelas em envidraçamentos móveis projetantes, conforme Tabela 8;

h) o envidraçamento em esquadrias e em contato com o meio exterior deve atender ao especificado na ABNT NBR 10821;

i) todos os materiais utilizados no envidraçamento devem ser compatíveis entre si, com as peças de vidro e com os materiais das esquadrias. Os contatos bimetálicos, que ocasionam a corrosão de um dos metais, devem ser evitados;

j) intervenções feitas em envidraçamentos devem considerar eventuais alterações nas características térmicas do vidro;

k) a variação de temperatura que possa ocorrer na superfície do vidro não pode originar tensões que ultrapassem as tensões admissíveis do vidro;

l) a massa de vidraceiro só pode ser utilizada em vidros incolores, coloridos, impressos, aramados, float ou temperado, e quando utilizada, deve ser aplicada de maneira que não forme vazios, devendo sua superfície aparente ser lisa e regular;

m) após a colocação da peça de vidro, a massa de vidraceiro deve ser protegida contra as intempéries (por exemplo, pinturas, obturadores), salvo nos casos em que sua composição química dispensar tal proteção;

n) a massa de vidraceiro e gaxetas (guarnições) em geral deve adaptar-se às dilatações, deformações e vibrações causadas por variações de temperatura ou ações mecânicas, e não podem escoar nem assentar, mantendo boa aderência ao vidro e esquadria. Antes de sua colocação deve-se verificar se os rebaixos estão convenientemente preparados;

o) as gaxetas (guarnições) devem atender aos requisitos da ABNT NBR 13756;

p) os locais sob as áreas de envidraçamento, durante sua execução, devem ser interditados para fins de segurança pessoal ou, caso não seja possível, estes locais devem ser adequadamente protegidos;

q) não usar produtos higroscópicos, alcalinos, ácidos ou abrasivos (por exemplo, cal e alvaiade) ou outros produtos e métodos que sejam agressivos ao vidro como forma de marcação, sinalização ou identificação, mesmo que provisória;

r) em aplicações horizontais (coberturas) ou verticais (fachadas), expostas à insolação constante, recomenda-se o uso de vidros revestidos para controle solar, conforme ABNT NBR 16023, de forma a minimizar a entrada de calor por transmissão e controle da entrada de luz natural. Estes vidros têm características de fabricação que possibilitam a redução na carga térmica da edificação, o que resulta em um ambiente mais confortável para o usuário, com redução da necessidade de climatização e otimização do gasto energético.

A folga de borda deve ter no mínimo 3 mm e as folgas laterais no mínimo 2 mm, conforme Figura 9.

4.8.2.6 Calços

4.8.2.6.1 Os calços têm a função de manter a lâmina de vidro em uma posição adequada em relação à cavidade de alojamento previsto nos perfis da folha e evitar o contato direto com materiais que possam causar danos ao vidro. Quanto a suas características, este material não pode ser putrescível, higroscópico ou escoar com o tempo sob pressão.

Os calços devem ser utilizados em qualquer tipo de esquadria, exceto quando existirem guarnições ou sistemas que evitem o contato direto do vidro com perfis e elementos de fixação.

4.8.2.6.2 Os calços de borda que naturalmente não recebem os esforços da peça de vidro são considerados calços de borda complementares, sendo obrigatórios quando houver risco de deslizamento da peça (ver Figura 10).

4.8.2.6.3 As dimensões dos calços de borda da peça são:

a) espessura, igual à folga da borda;

b) largura, igual à espessura do vidro mais duas folgas laterais, isto é: e + 2FI (ver Figura 9);

c) o comprimento de acordo com o material do calço, de maneira a evitar seu esmagamento ou deformações excessivas que provoquem o contato da peça com a esquadria; para e ≥ 4 mm, deve ser ≥ 50 mm.

4.8.2.6.4 Os calços laterais são obrigatórios quando o material utilizado na calafetagem não se tornar suficientemente rígido para equilibrar as pressões transmitidas pela peça de vidro, normalmente a seu plano, para manter a folga uniforme e evitar o contato da peça de vidro com a esquadria. São dispostos aos pares quando o rebaixo for fechado em ambos os lados. No mínimo dois pares distantes entre si 400 mm a 500 mm, quando possível (ver Figura 9).

4.8.2.6.5 As dimensões dos calços laterais da peça são:

a) espessura = folga lateral;

b) largura = inferior à altura do rebaixo;

c) comprimento [ver 4.8.2.6.3 – c)].

4.8.3.2 Vidro laminado

Para os vidros laminados, as massas e gaxetas, bem como os calços, devem ser neutras em relação à camada intermediária do vidro laminado.

Os materiais de vedação devem, além do mais, conservar a plasticidade e aderência, através do tempo.

O vidro laminado pode ficar com as bordas expostas às intempéries, mas não pode ter o contato direto e permanente com água ou umidade, como, por exemplo, infiltrações em caixilhos ou piscinas com “borda infinita”.

4.8.3.3 Vidro termo absorvente float

No projeto e aplicação dos vidros termo absorventes, devem-se observar rigorosamente os requisitos e precauções recomendados pelo fabricante, sendo requisitos mínimos os seguintes:

a) evitar diferenças de temperatura superiores a 40 °C entre as partes de uma mesma face da peça;

b) durante a manipulação, fabricação, transporte e montagem, todos os cuidados possíveis devem ser tomados para evitar danos nas bordas do vidro, pois isso reduz consideravelmente a resistência do vidro, e ter suas bordas tratadas com acabamento no mínimo “corte limpo”;

c) a área do vidro acoplado no quadro, as sombras e a presença de persianas ou cortinas devem ser consideradas, pois as mesmas podem contribuir para aumento da temperatura entre as faces da peça;

d) aplicar massa elástica ou plástica com baixo coeficiente de condutibilidade térmica, como por exemplo, o uso de gaxetas de elastômeros.

4.8.3.4 Vidro insulado

No projeto e aplicação de vidro insulado, devem-se observar rigorosamente os requisitos e precauções recomendados pelo fabricante, sendo requisitos mínimos os seguintes:

a) após fabricação o vidro insulado não pode sofrer modificações;

b) as massas, gaxetas e calços devem ser compatíveis com os materiais que constituem o vidro insulado;

c) todas as lâminas que compõem um vidro insulado devem estar igualmente apoiadas em seus calços de borda flexíveis, incompressíveis, imputrescíveis e compatíveis com os selantes do vidro insulado. Ver 4.8.2.6.

4.8.4 Limpeza e conservação

O vidro deve ser limpo com água morna e sabão neutro e um elemento não abrasivo.

D.4 Vidro laminado aplicado inclinado em área externa

Exemplo 1

Dados para o cálculo:

a) e1, espessura do vidro, expressa em milímetros (mm);

b) l, menor lado do vidro, expresso em metros (m) = 0,8 m;

c) L, maior lado do vidro, expresso em metros (m) = 2,0 m;

d) L/l, razão entre o maior lado e o menor lado = 2,5;

e) S, área do vidro, expressa em metros quadrados (m2) = 1,6 m2;

f) condição de apoio = quatro lados;

g) ângulo que a peça de vidro forma com a horizontal = 75°.

Procedimento de cálculo:

a) pressão de vento, Pv, calculada conforme ABNT NBR 6123, expressa em pascals (Pa) = 1212 Pa;

b) cálculo da pressão de cálculo P(1,2,3,4 ), expressa em pascals (Pa):

— primeiro caso:

P1 = Pv × 1,5

P1 = 1212 × 1,5

P1 = 1818

— segundo caso:

P2 = 1,2 (Pv + αPpcosθ)

P2 = 1,2 (1212 + 2 250 × 0,26)

P2 = 1,2 (1212 + 130)

P2 = 1,2 × 1342

P2 = 1610

onde

P é a pressão de cálculo, expressa em pascals (Pa);

Pv é a pressão de vento calculada, conforme ABNT NBR 6123, expressa em pascals (Pa);

α = 1 para vidro temperado; α = 2 para os demais tipos de vidro;

Pp é o peso próprio por unidade de área, expresso em pascals (Pa). Neste exemplo,

a composição preestabelecida (hipótese) para a aplicação é de um vidro laminado

10 mm (5 mm float + interlayer + 5 mm float), desta forma Pp = 25 × 10 mm = 250 Pa;

θ é o menor ângulo que a peça de vidro pode formar com a horizontal = 75°;

cos θ é o cosseno de 75° = 0,26.

— maior pressão de cálculo P, entre P1 e P2 é P1, logo P = 1818;

Anexo E

(informativo)

Equipamentos de proteção individual

O manuseio do vidro deve ser realizado respeitando-se os critérios de segurança necessários. O uso de equipamentos de proteção individual é essencial para a integridade do operador.

É importante, também, o treinamento e a conscientização do indivíduo que manipula e transporta o vidro com relação aos princípios de segurança estabelecidos. Os equipamentos de proteção individual recomendados são:

– sapatos ou botas, sem cadarço, com biqueira de proteção e sola antiperfurante;

– luva resistente ao corte;

– óculos de proteção;

– mangote resistente ao corte;

– capacete (manuseio em locais com pontes rolantes, vidros acima da cabeça ou para serviços de instalação em obras);

– cinto de segurança (quando aplicável de acordo com a legislação vigente).

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